POEMAS: O SEGUNDO DECANATO

2004

O cavaleiro da triste figura

Aqui me encontro numa pensão
sozinho,
atreito à solidão
que voltou a caminhar por perto
rumo a uma nova entrada no deseerto.
Só, sem o querer
só, por erros de ser
por limitações de ter
e não por falta ou medo do amor.

A vida é Amor
e o amor são erros
que se pisam no tempo
e crescem nos medos
ao redor do temor.
Mas os erros e os medos
apenas se saram quebrados
e vencidos a si próprios,
não na fuga para a frente,
sem os resolver
sem os vencer!
Ocultos voltarão
sem hora nem data
sem tempo de os reconhecer!

Sozinho caminho nesta lua.
Pego o mundo de frente,
transformo o medo em força,
reato a vida por dentro.

Sim, sou fiel
ao que amo e desejo
ao que por dentro sinto
e que ao coração não minto
nem à rua despejo
este amor absinto.

Sim, sinto-me livre no destino
ao escolher-te ... a ti.
No entanto,
foges de mim, de ti,
insistindo no que já conheces
e que não te levará a nenhum fim!
Uma velha fuga
que te solta na amargura revestida de cetim...
Só te quero a ti!

Sobejo eterno na noite, 
no beijo da fonte onde pernoito
nascente de puro calor
que me aconchega do frio
aquecido pelo amor
que sinto por ti!

01/2004


O Meu Romantismo

Amo-te Serenamente
sincero por dentro e por fora
amável e doce
neste amor que me devora!
Sinto contentamento por te amar
ao longe, ao perto, no sonhar
satisfeito por senti-lo veraz
capaz de tranquilizar o esperar
minha querida e bela dama do mar.

Amo-te na serenidade
na alegria e na vontade
de te poder esposar,
na lealdade e na verdade
do teu sorriso animar.

Poetiso-te meu amor
para refrescar meu peito
que louco de ti, em dor
te escreve, muito a seu jeito.

O sonho é certo
e o coração verdadeiro
sem choro, mas em aperto
me deito só, no travesseiro.

És lua e luz
mulher divina, minha diva
que tanto me seduz
   que me obriga, a dizer viva!

01/2004



Perdoai-me Deuses dos Cosmos
por expressar o que sinto no coração
que me é tão íntimo e tão belo
numa suave e simples canção.

Perdoai-me Deuses do Céu
por acreditar no que sonho
por amar aquela que deslumbro
por querer tão espesso véu,
vestido de brumas passadas.
Neste presente encontro
agarrado a este elo
vivendo de amor, de paixão
onde simplesmente resumo o que somos!

21/04/2004


Primavera de mulher,
que soltas brisas no olhar
que soltas risos no chilrear
Primavera linda, jovem
no sol, no voo querendo brilhar.

Soalheiro dia este te encontrar
por-do-sol à beira mar
em outros estados
plenos de brio no olhar
juntos, despertam, encontrados
uma rosa linda de ti
colhida em teu próprio jardim.

21/04/2004


Amo o impossível
e por esse impossível vivo
a possibilidade de o viver.
Sou imperador, morte, louco
poeta sonhador, à realidade sujeito.
Cruel guerreiro, imprevisível
amante dessa terra feminina
dessa terra prometida,
impero amor a essa taça sensível
despida de toda a vaidade faminta.

Tenho um império à vista
e que para lá dessa conquista
imperatriz te faça, minha grande papisa
que essa terra cresça em minha força gentil
e tranquilo seja esse amor fértil
que nos beija, nos almeja, nos contenta.

A morte,
que o louco regenera
e o transforma em imperador,
a sorte o proteja
e do trabalho, sua guerra, seu ardor
seguro esteja,
para que sua dama o veja
e ambos reinem unidos em amor.

21/04/2004


Sou sol, vida e calor, 
vivo de vontade, de harmonia, de amor.

05/2004


A decadência de uma civilização moderna

Ruas sujas
olhares desconfiados, isolados numa particular solidão.
Fumos soltos de gasóleo fermentados em calores tórridos.
Movimentos bruscos, veículos múltiplos
da preguiça do homem moderno sem futuro, sem solução.
Estabelecimentos escuros, sombrios
falsos testemunhos sem provisão.
Amores fáceis, sem qualquer esforço, sem união
olhares profundos, vidrados no ecrã de uma televisão.
A virtude, distante e rarefeita
Mutação volátil e disforme
transformada numa beleza incompleta
inconforme e atleta
perene, numa massa reinante de ilusão.

As ruas, vias e saídas
são muitas, disfarçadas pelo tempo
e pelo carnaval de libertação.
Inconsequente, de visões soltas, poluídas
Perdidas e achadas numa malha segregadora
de desejos inertes, de soalhos falsos
de fantasias carecas, alheias ao Homem
ao verdadeiro sentimento, à compaixão.

É viver o vazio, celebrar a efeméride...

06/2004


Sorrateiro na praia da foz
sozinho, silencioso, sem voz
acordo mais um dia.
Levanto o espírito numa casca de noz.
Vagueio o olhar pelo areal
solto o pulmão ao vento
suavizo a alma no tempo
soalheiro que faz...

À praia chegam centenas de peregrinos
espreguiçando bem estar
ressacando um sonho de mar
uma magia de alegria e cor
promovida pela energia solar
energia vital,
puro prana do quebra-mar 
no limbo entra a memória dessa experiência crucial.

06/2004



2005


Cambia la piel e libera-te,
retorna suavemente la liberdad,
renova esse sentimento de fim
Libera-te cambiando tu piel
de piel nuevamente se tornará.

Recuerda, solemente la verdad!

sem data




2008


Vivo dentro
Por dentro do ser.
No centro
Do ventre da vida e do viver.
Sorrio ao vento
Alegre por dentro
No âmago do ventre da roda da vida
Na virtude sabida
Vivida bem dentro no centro
Do bem estar e do bem viver...
Vivo quente e dentro sinto o saber,
Da fonte da vida e do ser
Que respira ao centro
Bem vivo, vivo eu bem por dentro!


2009



Sim,
Se da negação do meu ser eu me encontro mais além
Nesse teu espelho eu te amo
Onde algures já amei.
Recordo o sabor de aceitar que em lugar algum serei,
Ninguém.

Pelos teus olhos sonho o amor do teu ser,
Do teu bem,
Numa luz maior ao Norte,
Numa noite de Inverno alcancei
E encontrei o sim do querer.

No virar da página se volta o momento de retorno ao centro do amor,
Ao centro do ser,
Do viver.
No virar da página reencontro
O amor e a vontade de te amar
Autenticamente por dentro do ser.
27/02/2009


Depois do momento pleno de energia do nosso longo e ardente abraço,
ontem pelo crepúsculo,
ainda quente me deitei
entregue em sentimentos de perdão, misturados numa voluptuosa frustação de não ter feito mais e melhor pelo carinho que nos uniu.

Palavras para quê... Quando a alma nos ilumina e nessa luz te revês!
Palavras que ressaltam de sentimentos cintilantes,
Tão distantes,
Quanto o nosso olhar no tempo alcança
Por fogazes memórias tão perenes na lembrança
Da vida que te traz sentimentos que teimosamente não vês!
31/08/2009


2010

Pedra que adora o mar
Que jaz na areia
Todo o dia... todo o ano!
E na areia se transforma
Numa eternidade mutante,
Móvel, instável, constante...
De forma em forma...
Substância errante
Sempre presente
Amante do tempo 
Que sempre a envolve...

Pedra do mar que perdura
Que se fixa e não move
Que dá vista à fúria do vento
À tempestade em dias que chove.

Minha pedra do mar!
Sem data


Alma que ao amor se une
À sorte se entrega
Branda em sossegado lume
Sempre presente, desperta…

Tão sossegada união não molesta
Simples, clara, fresca,
não cria indiferença nem pune …
Sem data

2011

NO SILÊNCIO

(versão 1)

No silêncio se erguem as melhores coisas
No silêncio nos encontramos
No silêncio sabemos quem somos,
A vida que encontramos.
No poema a vida sobeja
A vida que no âmago somos
A chama que sempre nos corteja
Na verdade dos nossos gomos.
O profundo ecoar dos sonhos
Redundante e sonante de vibrações 
Caminhar alto em nossos gomos
É lei! Vigor de corações,
Celebrar o alcance e a vontade 
De cantar todas as nossas canções.
O passado perdido nas nuvens
Do tempo inacabado e imperfeito
Nos genes perdidos entre duas vagens
De verdade guardada no peito.
Silenciar a dor há muito perdida
Vaguear nesse horizonte em deleite
Voar sobre uma terra prometida
Silenciar em definitivo o peito (no leito).

Saudades de mim!
15/03/2011



(versão 2)

No silêncio compreendemos os nossos ditos
encontramos-nos, sabemos quem somos, a vida que seguimos.

No poema arde uma chama que corteja a verdade dos nossos gomos,
do profundo ecoar daquilo que somos,
dos nossos sonhos,
por rotundantes e sonantes vibrações
celebrando o alcance e a vontade de entoar os nossos corações.

O Passado perdura nas nuvens do tempo inacabado e imperfeito
nos genes perdidos entre duas vargens,
na verdade guardada no peito.
Silenciar a dor há muito perdida,
vaguear nesse horizonte, em deleite,
voar sobre a terra prometida
até silenciar em definitivo no leito.

Saudades de mim!
15/03/2011


Há quanto tempo no centro não te vias,
há quanto tempo no poema não vivias,
há quanto tempo na alma não te perdias
num olhar de espanto e contentamento!

Sobeja flor de fragrância eloquente
errante no caminho da mente
na emoção que a tempestade volveu
esse teu ser, esse teu eu!



O regresso, por fim, aceite
sobre espadas, velozmente atiçadas
bem treinadas...
Numa luz conduzida em azeite
Elimina todas essas barricadas
De longo caminho, mas
Aí vens tu, de regresso a casa!
03/2011


LUAR

Um passado cheio de matéria...

matéria inerte de onde floresce um constante germinar de vida.
De nova vida.



Um passado preenchido de memória,
tal terra fértil onde a vida se renova... a cada instante!
Um universo que se expande
por uma matéria escura, vivida, consumida,
que aquece a memória numa combustão recalcada,
suada...
Escuridão vazia entre pontos de luz,
entre pontos de fogo e amor
que iluminam esse vasto vazio interior.
Um vazio que tudo alberga
que todas as formas conhece.
Um vazio que enxerga,
que dá corpo ao passado que a todo o instante padece
e em redor de um eixo se repete,
constantemente,
e expande esse vazio por todo o lado.

Vazio interior,
feminino,
taça de força interior...
Força de instinto infinito,

que tudo atesta em todo o seu redor! 
15/03/2011


DESEJO VADIO


Um Inverno,
longo...


Um beijo que tarda
num vazio que cresce.

Uma estrada bifurcada,
Um nada de nada
Uma falsa memória
Um amor aguardado
Um lado vazio num ser retornado
Um desejo vadio
Um mar desperto
Um luar brilhante
Um olhar discreto
Um gozo errante...
Um beijo que tarda
num Inverno cessante!
20/03/2011


VOANDO NO TEMPO

P’lo tempo voo no momento,
no momento que estou 
no presente
momento que vou 
voando no tempo.

P’lo instante que voo nesse momento
de um tempo cessante,
batente,
que tão bem se sente
nesse breve instante do presente!


Esse presente do tempo,
embrulhado p’la mente
do passado que em si prende esse tempo semente,
esse passado presente
que voa p’lo tempo da mente que fende
por esse passado há muito o pressente...


Passado que pede futuro num tempo presente.

03/2011


A Woman Wrote...
“When wondering to feel the darkness
There's no need in turning off the light.
When wishing to become a duchess
Should then a woman be a bride?

When photos make recall the past life
You can't return and change the past.
When dreams and plans lead to a new strife
Should be a fortune-teller called at last?

When closing your eyes wherever
You are, you have availability
To overturn, improve whatever
It is. But will that be reality?
When wondering to feel the darkness ... But will that be reality?”

And I claim,
In the silent of that close eye darkness
Reality bounds you full of light
Cause there you find your inner happiness
And in that you can stop any strife.
Even if the past call you to one more fight
You can always change the road your on
To overturn and improve with that light
That darkness has made your own.

In the silence of that blind darkness
I can feel that beautiful Duchess arrive
At the center, she became my forest
Whether or not she pretends to be my bride!
That inner woman, so hard to find
My fortune-teller had told some time ago
In such distance, I'll dwell my mind
Seeking solace in the wisdom I bestow!

No wonder I wondering in the darkness of my soul!!

02/04/2011


O sonho da vida
Que acalma o mar...
A luz despida
De preconceito cai.
Imaturidade perdida
Da cidade sai,
Da vida sofrida
Que habita o lar...
No pensamento, uma ferida,
Que cai, que cai...

Eleva-te na luz do coração!
25/05/2011


Ao luar
No coaxar
A rã vive
Exprime a sua dor
O seu prazer…
No poço do jardim
Lugar eterno, sem fim
Mergulha o luar
Ressoa o coaxar
Da rã que vive por aí!
A rã do meu jardim.
25/05/2011


Sobejamente eu
Sorrindo para ti me encontro
No teu olhar faminto
Nesse teu assombro
Que em toda a minha sombra sinto!
Nesse respiro de vida
Momento que tanto marca o presente
Mágoa desaparecida
Ao acordar para oriente.

Não esqueço esse teu sorrir
Teu olhar, teu sentir...
Resguardo-me na sombra do vento
Que me leva a ti e por ti, sem tento!

Quero recordar-te e …
06/2011


Meu amor, minha paixão
Minha cor de união
Suave e serena, impulsa comunhão
Palavras caras, bebidas, de suaves investidas...
Na dor repartidas em frases raras
Te encontrei
Te vivi um primeiro momento
Um instante de nada
Um grande alento!
Como que, por acidente
Um abracadabra
Uma porta sem corrente.
E senti no sempre que te encontrei
Pois no centro de mim, amar-te-ei!
06/2011


Sofraguei-te em desejos vãos
Abracei-te num novelo de lã
Admirei-te em sonhos sãos
Provei-te no morder da maçã!

Esqueci-me de a morder... 
06/2011


TÊMPORA LUSA

Têmpora Lusa
tempo de vida,
serpente na sorte revertida
nos sentidos usa
o mistério da vida.
Templo de amor, de cor indivisa
vive no vento
oscilando harmonia,
em alma ígnea
que se estende no tempo,
tempero de amor
Têmpora Lusa, alegria e color...

Templo de escrita
Palavras e sons
De dores e cores
Saltitante nos tons
De sétimas imperfeitas
De tons azuis e marrons
Alegrias e risos
Maleitas e dons!

Têmporas precisas
na mente prescritas
da luz consciente.
A mente presente
no espaço equilibrado
p’lo tempo suavizado.
Têmporas precisas
sensações inscritas
audíveis,
extensíveis,
de memória ensopada
mergulhada no nada!

Têmpora Lusa
tempero português
alma difusa
que das águas se fez!
07/2011


FELIZ DESCONTENTAMENTO

"E se sofrer por amor não doesse?"
E a alegria colorida não padecesse
nesse luto preciso a um passado averso,
lugar pleno de emoção,
de memórias erráticas que trago na mão!
E pelas águas do Grande Rio essa dor não corresse
p’las pedras do leito, tantas vezes perverso,
que nos molda o sentido da vida ao coração!
Se não doesse…
Velho nasceria,
abandonado,
sem simbiose nem projecção,
sem lembrança,
sem mãe nem terra ou pertença;
Amando só e por um só dia
o meu bafio e cruel ego num qualquer futuro defraudado
sem mar nem transcendência!
Essa dor que nos transcende…

"E se o conformismo se assemelhasse a um melancolismo ligeiro, levemente agradável?"
Por vezes saudável,
outras melódico e instável!
Sono leve em revolta nostalgia,
de serena apatia,
suave … fria…
Tal forma colectiva
sustentada no ócio das vicissitudes internas e alheias,
nossas eternas sereias,
adormecidas e belas
que nos correm, todos os dias, p’las veias.

"E se o ciúme não revelasse qualquer sentimento de posse?"
Nesse prazer de união
na evasão que quero do outro,
num sôfrego de paixão
onde me sinto absorto
por vezes cego e já morto,
num último fôlego narcísico de crime no bolso!
Se posse não fosse,
nem do medo se cercasse,
livremente, cairia solto
desse apego mórbido e cego
dessa enfadada ilusão de posse!
Como viver o cego que sapientemente se transforma num sábio errante…

"E se o amor fosse apenas contemplativo?"
Uma compaixão que enche o coração
sem forma própria nem objectivo?
Leve, sem qualquer adjectivo,
leve, como uma pluma que voa solta ao vento,
sem nenhum desvio obsessivo…
Amor que desperta por dentro,
que estabiliza no meu centro
e simpatiza por todo o ente…
Contemplação comemorativa de eterna paixão!

"E se a espiritualidade se encontrasse em tudo o que move?"
Na enorme emoção em movimento,
na alegria do sentimento
que nos foge,
de momento em momento,
de um lado para o outro,
sempre presente, sempre no hoje…
Movimento espiral,
que no espírito resolve
o dual,
dualidade essa que no movimento se dissolve
polarizada no todo que em nosso redor se move.
Matéria animada p’lo espírito que se comove…

"E se a ternura permanecesse em nós?"
Num amor perene, sem ilusão…
E a beleza fosse eterna
pincelada de estética serena,
num contínuo caminho, sem nós!
E por um sorriso terno e eterno
abrigado num abraço fraterno
que nos ligasse eternamente entre nós?

"E se a solidão não nos afastasse dos outros?"
E no meio da multidão me encontrasse a sós?
Contemplando sem palavras,
a interacção de todos os outros,
vazios de peito, cheios de voz…
Os outros…
A minha voz interior…
O amor…
Coragem solitária
no meio da multidão imune,
por vezes solidária,
outras vezes sinistra,
outras ministra
da vida que a todos nos une...
E se a arte fosse redentora?
E nos elevasse numa manifestação eterna,
de criação divina e aceitação?
Liberdade fraterna e unificadora,
reconhecimento do eu em Nós,
por todo o universo onde floresço,
nas cores e fragrâncias que conheço,
nos quadros e na música que nos embala,
na escultura e imagem onde se cria
um eterno retorno e reconhecimento de Nós!
Arte,
perfeição imperfeita,
imperfeição que nos aceita,
que por magia
dessa chama
somente humana…
Chama de luz,
chama ígnea que nos prenda a uma arte imperfeita,
toda ela perfeitamente redentora!

Prometeu, essa dor, esse velho, há muito presente em todos Nós!
08/2011


Ontem, de um sonho me fizeste acordar
e no teu olhar vi o meu olhar
e em nós te vou levar para uma feliz companhia
e no coração te amar e pela vida celebrar harmonia.
Sereno vou-te olhar e construir a nossa poesia
Para em pleno te amar num mar de alegria
E a vida em nós saudar um largo e eterno mar
De viver e amar em sabedoria…

Foi como entre dois rios 
Desaguados no mesmo ponto sideral 
No mesmo monte nascidos
Nessa fonte imortal,
Depois de muitos e diferentes caminhos
Por portas e travessas percorridos
Desaguaram no mesmo ponto cardinal.
Muitas águas, correntes e remoinhos volvidos
Por pedras e afluentes enriquecidos
Olharam-se nos olhos um dos outro
De igual para igual.
30/10/2011


O ÚLTIMO ACTO!

Esperei por ti!
Aguardo-te em mim e
Ouço os passos do fim
Da dança que percorri.

Solto os dados do destino
O navio das amarras
A viagem das honras
E todo o meu ar de menino.

Signos e sinais meninos
Folgas e folias vadias
Muitos foram os caminhos
Por tantas horas tardias

Sinais de fogo
Sinais vermelhos
Inícios ígneos
Inícios guerreiros
Nobres conselhos
Próprios e alheios
Momentos ímpios
Sinais velhos
Sinais de um todo
mascarados de sérios.

Estou velho!
O tempo açoita-me o corpo
A mudança constante é perene
Conheço bem onde me pernoito
Por cada dia célere...

Estou velho!
A sabedoria solidifica-me porém
Onde me acalmo e pacifico mais além
No hábito recalcado do ser que conheço
E que desapego sem desdém.
11/2011


Meu amor, minha paixão
Minha cor de união
Suave e serena, impulsa comunhão

Palavras caras,
bebidas
em suaves investidas
Na dor repartidas
Por frases raras...

Vi-te num primeiro momento
Um instante de nada
Como que, por acidente.
Um abracadabra
Uma porta corrente
Te senti no sempre
e te encontrei no centro.

Sorrindo para ti te encontro
No teu olhar faminto
Nesse teu assombro
Que por toda a minha sombra sinto!

11/2011

1 comentário:

  1. Nato Pensador!

    És POETA….
    Escreves com a alma.

    As passagens da vida,
    Os sentimentos expressos,
    As dores sentidas,
    Pintas com palavras de amor.

    Em cada verso, um poema.
    Em cada verso, magia.
    Em cada verso, uma ilusão.
    Em cada verso, um sentido.
    Em cada verso, uma emoção.

    ***

    João Aivão,destaco do teu Poema “FELIZ DESCONTENTAMENTO“:

    “ "E se a ternura permanecesse em nós?"
    Num amor perene, sem ilusão…
    E a beleza fosse eterna
    pincelada de estética serena,
    num contínuo caminho, sem nós!
    E por um sorriso terno e eterno
    abrigado num abraço fraterno
    que nos ligasse eternamente entre nós?“

    Aguardei com alma poética o segundo
    Decanato… 22 belos poemas!
    A mesma alma poética aguarda o terceiro.

    “Semente de Tamarindo”


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